
TAP não prevê perturbações nas suas operações
O caos vai regressar aos aeroportos nacionais, calculando-se que a Portela seja o mais afectado com a greve do pessoal de assistência em terra. Em causa está o pré-aviso de greve entregue pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) a convocar uma paralisação para os primeiros quatro dias de Fevereiro (de 1 a 4). O protesto é contra a passagem de alguns serviços da Groundforce para a tutela da TAP e o regresso de 60 trabalhadores para a transportadora aérea. O STHA exige a reintegração de todos os trabalhadores da Groundforce na TAP e a anulação da privatização da unidade de negócios de handling, que teve lugar em 2003. O sindicato "tem já o seu gabinete jurídico a trabalhar nesse sentido", disse ao DN André Teives, dirigente sindical.
O administrador-delegado da Groundforce, Timóteo Gonçalves, respondeu ao pré-aviso considerando que a paralisação terá um "efeito devastador" e apelou ao "bom senso". Já a TAP, considera que a greve "não terá impactos significativos", e António Monteiro, porta-voz da companhia aérea, recorda que a TAP não teve "um único voo cancelado na greve verificada no Verão", pelo que não prevê grandes perturbações nas suas operações.
A greve ocorre em pleno período de férias de Carnaval, altura em que se perspectiva um maior volume de pessoas a viajar. A paralisação pode provocar o cancelamento de voos, tempo de espera das bagagens agravado e longas filas para o check-in. Os aeroportos correm o risco de parar totalmente, assegura o sindicalista.
No pré-aviso de greve, o sindicato contesta a transferência da Groundforce para a TAP de "unidades produtivas e de meios técnicos e humanos, sem a prévia fiscalização dos ministérios das Finanças, do Trabalho e da Solidariedade Social e da Inspecção Geral do Trabalho, bem como, do parecer vinculativo da Comissão de Trabalhadores da Groundforce e que, aquando da privatização em 2003, pertenciam à TAP, tendo transitado para a Groundforce".
O sindicato revela que a TAP pretende passar 60 dos 2900 trabalhadores da Groundforce para os seus quadros "condenando" os restantes 2840 ao "desemprego". Deste modo, exige o regresso imediato aos quadros da TAP, como sendo "a única saída" para os seus 2900 trabalhadores. É neste contexto que o STHA decidiu apresentar o pré-aviso de greve total a partir da meia-noite do dia 1 até à meia-noite de 4 de Fevereiro nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo. A TAP, no âmbito da reestruturação que iniciou na área do atendimento ao cliente, decidiu chamar a si a prestação de serviços nas áreas das irregularidades e reclamação de bagagens e assumir serviços operacionais relacionados com a pontualidade. Esta situação, diz André Teives, pode levar à "fuga" de clientes para a sua concorrente directa, a Portway, detida pela ANA. Os trabalhadores acusam a TAP de assumir mais o papel de cliente que de accionista.
0 comentários:
Enviar um comentário