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Coimbra: Técnico da Câmara termina greve de fome ao fim de 30 horas

domingo, 3 de fevereiro de 2008


Coimbra, 03 Fev (Lusa) – O responsável de equipamentos desportivos da Câmara de Coimbra interrompeu sábado a greve de fome ao fim de 30 horas por ver tentativas de divisão na sua equipa de trabalho e ser um meio excessivo de luta.


Fernando Ventura, engenheiro mecânico, responsável técnico de três piscinas municipais e do pavilhão multiusos da autarquia, iniciara na tarde de sexta-feira uma greve de fome junto ao seu local de trabalho, que interrompeu por volta das 23:00 de sábado.


"O vereador do Desporto foi falar com o engenheiro-adjunto e convocou para segunda-feira uma reunião com a minha equipa de trabalho. A equipa, que estava solidária com a minha luta ficou desmembrada", justificou, vendo aí uma razão para interromper a greve.


Por outro lado, nos apoios de amigos quanto à justiça da sua luta, tomou consciência também de que a greve de fome encetada seria "uma atitude desproporcionada".


"Ponderei melhor. Foi uma atitude instantânea que é o reflexo do trabalho e de uma luta de dois anos, com um acumular de situações", declarou à agência Lusa, referindo-se ainda à reacção do vereador do Desporto, Luís Providência, ao questioná-lo sobre os pedidos e propostas não respondidos.


Fernando Ventura referiu que quando o vereador lhe disse: "Rua", para que saísse do seu gabinete, a sua primeira reacção foi "ficar impávido". Depois foi dizer: "eu vou ali para fora", e assim iniciou a greve de fome na tarde de sexta-feira, junto à piscina e pavilhão multiusos da Solum.


Sábado, o técnico alegara que a greve surgia em defesa de condições para um bom desempenho, seu e da equipa que dirige, em virtude de não disporem de meios, nem de ferramentas, nem de materiais, nem de uma viatura para se deslocarem para as piscinas de S. Martinho e Eiras, localizadas em freguesias no limite urbano.


"Tenho andado para aqui em autogestão, o que não é bom. Nunca tive com o vereador uma reunião de trabalho onde me impusesse metas e objectivos", referira o técnico, acrescentando que recentemente teve conhecimento de que irá ser efectuada uma alteração orçamental que eliminará uma rubrica de 100 mil euros que se destinaria a investimentos no sector onde desenvolve a actividade.


Fernando Ventura disse que esses cem mil euros, aprovados no orçamento da Câmara para 2008, resultavam de uma proposta que fez, para a aquisição de equipamentos e para co-financiar projectos de eficiência energética a candidatar no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), o que agora fica inviabilizado.


Em declarações à agência Lusa o vereador do Desporto da autarquia, Luís Providência, considerara que "a greve não tem justificação nenhuma", e afirmara que, do seu ponto de vista pessoal, a atitude de Fernando Ventura "não é uma reacção de uma pessoa que está bem".
O autarca referiu à agência Lusa que aquele técnico da Câmara de Coimbra, com sucessivos contratos a termo desde Junho de 2005, tem tido "gravíssimos problemas de relacionamento interpessoal" e que tem vindo a desvalorizar as queixas de outros responsáveis, até sexta-feira, quando "quebrou as normas de bom relacionamento" consigo.


Fernando Ventura, que afirma ter sido visitado na sua greve por deputados municipais, diz que decidiu interromper as férias que tinha marcado para estes dias de Carnaval no estrangeiro e que segunda-feira estará disponível para participar na reunião com a sua equipa, se o vereador o convocar.


FF.
Lusa/Fim

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